A chegada do segundo filho!
A Camilla Peixoto é leitora (querida) do blog e hoje compartilha conosco a experiência dela de ter o segundo filho.
Eu sempre fui daquelas pessoas que sempre sonhou em ser mãe. Quando pequena, brincava com as bonecas, fingia que as amamentava, trocava fralda e tudo mais. Minhas barbies sempre tiveram filhos. E além de tudo, sempre soube que ia ter pelo menos 2 filhos. Eu dizia que queria ter 4, mas sabia que quando o primeiro chegasse, a mudança seria tão radical na minha vida, que eu abandonaria essa ideia completamente, como de fato aconteceu.
Eu me casei em outubro de 2009 com o homem dos meus sonhos, alguém que sabia que estaria comigo ao meu lado cuidando sempre da nossa família, e que claro, alguém que queria ter um time de futebol parido por mim, rs! Queríamos tanto ter filhos que assim que casamos, o desejo era tanto que engravidamos na lua de mel. A Bia nasceu linda e saudável e por algum tempo me perguntava se eu poderia ter outro filho, pois achava que não sobraria mais amor para dar pra ele, já que a minha paixão pela minha primogênita era imensa e parecia que ela tomava conta de todo o meu coração! Eu era tão apegada a ela e ela a mim. Eu vivia pra ela e ela pra mim. Chegava a ser cansativo, pois ela morou nos meus braços por 5 meses, eu beirava entre a exaustão e satisfação, assim como toda mãe. Eu simplesmente não conseguir ir na esquina sem levá-la debaixo do meu braço. Se eu recebesse um convite para qualquer compromisso que fosse, primeiro eu avaliava se era possível levá-la, se não, eu simplesmente não ia, e não me arrependo por isso. Mas belo dia, ela aprendeu a sentar, e me deu uma folguinha, e tempo depois ela aprendeu a engatinhar e foi quando passamos pela crise dos 8 meses, conhecida como a angústia da separação. Bom, com uma pequena correção na frase anterior, “eu” passei pela angústia. De repente aquele meu bebê-velcro saiu dos meus braços e foi explorar o mundinho que a cercava por conta própria. Ela passou por essa fase com a maior leveza e eu fiquei com sensação de colo vazio. Já nessa fase eu dizia para mim mesma que queria outro neném, mas ainda com muitas dúvidas, pois minha filha ainda estava para completar 9 meses. Eu e meu marido combinamos que voltaríamos a tentar assim que ela completasse um ano. E dito e feito. A Bia desmamou por conta própria aos 11 meses e em seguida paramos com os contraceptivos. A única coisa que não esperávamos é que eu fosse engravidar de primeira!
A minha pergunta sobre eu ser capaz de amar outro filho com a mesma intensidade que amo a Bia foi respondida assim que veio o resultado do exame! Ficamos radiantes. Nossos filhos teriam 1 ano e 9 meses de diferença, cresceriam juntos. As pessoas ao nosso redor pareciam muito mais preocupados com essa situação do que nós, que estávamos explodindo de felicidade. Me perguntavam como eu ia fazer pra dar comida pros dois, pra dar banho, por pra dormir e etc. Afinal, eu não tinha babá e nem ajuda de ninguém, apenas a minha mãe vinha de Minas uma vez a cada 2 ou 3 meses. Éramos eu e meu marido apenas! Eu simplesmente respondia que quando chegasse a hora, eu saberia como agir. E como de fato aconteceu e anda acontecendo. Mas algumas coisas foram inesperadas. A primeira delas é que não imaginei o quanto seria doloroso ficar 3 dias fora para ter o Felipe! E ainda por cima ele escolheu o dia dele, como deveria de ser, nada de parto agendado, mas veio um pouquinho antes do previsto, com 38 semanas. Eu não tive tempo de explicar para minha filha que me ausentaria de casa por uns 3 dias, mesmo que ela não compreendesse, eu entrei em trabalho de parto de uma hora para outra e nem tive chance de dizer tchau a ela. Mas deu tudo certo. E chegando em casa com o caçula foi muito curioso a carinha dela de espantada, sem entender de onde veio aquele nenem. Não podemos esperar que uma criança de 1 ano e 9 meses compreendesse tudo, e fomos com muita calma com ela. Claro que tinha sempre um ciúme, o pai assumiu a minha função na hora de por ela para dormir, e eles ficaram tão apegados que hoje em dia ela só quer ele a noite. Até mesmo se ela acorda de madrugada, ela chama pelo pai.
Algo extremamente inesperado foi que perdi minha mãe no dia seguinte que o meu filho completou 2 meses de vida. Foi uma perda totalmente repentina e até hoje inconsolável. Meu leite quase secou com o choque da notícia, mas consegui seguir firme na amamentação com o auxílio de um calmante leve próprio para mães que amamentam. Eu vi nos meus filhos a força que precisava para me manter de pé. E com certeza são eles que me sustentam até hoje. Me lembro até hoje, no dia seguinte, ainda despedaçada, quando deu a hora de dar banho no meu filho, eu me levantei, arrumei as coisinhas dele, e dei banho nele chorando e agradecendo a Deus por ter meus filhos numa hora dessas.
Meses depois encontramos mais alguns desafios, como o desfralde diurno da Bia. Ele foi longo, e acredito que ter um outro picorrucho em casa tenha atrapalhado um pouco, pois muitas vezes eu ia com ela no banheiro e nada de xixi, e quando chegava a hora de amamentá-lo, vinha a cachoeira no chão! Eu cheguei a achar que eles desfraldariam juntos rs. Na lógica dela, como ele usa fralda, por que ela não poderia usar também? Mas como um lance de mágica, ela desfraldou. E outro momento difícil foi me adaptar a dar comida pros dois. Na hora do almoço era fácil, pois eu tinha uma empregada e enquanto eu dava comida para um, ela segurava o outro. Mas na hora do jantar, a maioria das vezes era eu sozinha com os dois. Só que isso foi superado e ajustado com o tempo, e hoje em dia que eles já comem a mesma comida até almoçamos os três juntos!
Eu não me arrependo de forma alguma por ter engatado um filho no outro. Até aconselho para casais que têm tempo de ficar um pouco em casa. A minha filha foi um bebê difícil, que mal dormia de dia. Era uma hora tentando fazer ela tirar uma mísera soneca de 30 minutos. Com um ano ela abandonou a soneca da manhã, e quando meu filho nasceu, ela abandonou a soneca da tarde. Ela sempre foi exigente, agitada e chorona. Muitos teriam ficado traumatizados e teriam parado nela. Mas pelo contrário, eu queria passar logo por essa fase do primeiro ano que exige demais de nós. Eu era otimista, sabia que viria um calminho pra compensar, e veio. O Felipe sempre foi mais dorminhoco e me dava bastante tempo livre pra dar atenção a Bia! Hoje estou aqui com eles, numa ótima fase: ela com 3 anos e 4 meses, e ele com 1 ano e 7 meses! Os dois brincam juntos, tomam banho juntos e isso me poupou um tempo danado! Essa semana ele aprendeu a chamar pelo nome da irmã e confesso que isso me deixou tão emocionada quanto a primeira vez que ele disse papai e mamãe.
Agora, se terei coragem para ter um terceiro, só o tempo dirá! 🙂
Envie sua história real para real@vestidademae.com.br
Que história emocionante!!! Chorei ao ler. Meus parabéns pela coragem, pois ser mãe realmente exige muito esforço e dedicação que só quem passa por isso entende.
Amiga, com toda a nossa intimidade e tanto tempo q passamos juntas, sempre soube que vc seria uma MEGA mãe!! Era uma certeza tão exata, assim como a matemática na sua vida! rs
Sua história já é emocionante, pela sua coragem e determinação! Mas ainda vem MUITO pela frente!! E eu estarei sempre torcendo muito por vc!! Beijos enormes!!
Nossa que história emocionante e forte! Fiquei admirada com a força dessa mulher! Superar a perda da mãe em meio aos cuidados com os filhos deve ter sido muito difícil para ela. Parabéns por ser essa mãezona! Meu bebê está com oito meses e ainda estou na teoria de ter outro somente quando ele completar 3 anos. Vamos ver o que acontece! Deus os abençoe!
Que história linda de amor e superação!
Lindo relato!!!Doloroso pela perda da vozinha das crianças, mas mesmo assim lindo!!!Tenho uma filha de 2 anos e 9 meses e daqui a 3 meses ela vai ganhar uma irmãzinha!!ela beija minha barriga, e inclui a irmã em tudo, planos, passeios, sempre diz: eu, papai, mamãe e Nina!!Acho tão lindo!!Estou aguardando que tudo correrá bem!!!Amor, nós mães, temos de sobra pra dividir com nossos filhos!!
Me vi um pouco na sua história… sempre pensei em ter dois filhos próximos, para serem parceiros e amigos, crescerem juntos e amava tanto a minha primeira filha que imaginei (ô ilusão) que o segundo só viria para fazer companhia, tive inclusive dúvidas se poderia amá-lo da mesma maneira. Quão forte e quão único é cada um deles e da mesma forma o nosso amor por eles! Também lido com tudo sozinha, sem babás ou secretárias, e te digo: cansa! Às vezes penso que não vou aguentar de fato… daí passam as manhas, passam os resmungos, passam as gripes e nós continuamos amando! Meu terveiro filho também é uma incógnita! Hoje A Marina tem 3 anos e o Heitor 10 meses…
Sua história me acalmou… e vou ler todos os dias, até o meu filho nascer! estou com putaaaaaaaaaaaaaa medooooooo!! Minha Juju tem 1 ano e 8 meses e estou de 3 meses… terão 1 ano e 4 meses de diferença e com muito medo de não dar conta deles, do marido, da casa, do meu trabalho, de tudooooo!! e dúvidas… muitas dúvidas… coloco a Juju na escola.. não coloco… coloco os dois… deixo com as minhas tias… afffff… tô enlouquecendo! Mas parabéns pelos seus filhotes, meus pesames pela sua mãe e que Deus abençoe vcs!