A escolha do parto | Porque escolhi o parto natural
Nossa nutricionista colunista do blog, Natalia Vignoli, teve sua filha Letícia recentemente, parabéns!! No texto abaixo ela compartilha conosco sua escolha do parto.
Nutricionista de formação, durante as aulas eu fui informada da importância de um parto normal, do aleitamento na primeira hora de vida e do alojamento conjunto. Também havia sido indicada para uma ginecologista “diferente”, que fazia “partos na água” e tinha outra visão em relação ao nascimento.
Passou um tempo e conheci pelo Vestida de Mãe, Bia Câmara, que me apresentou ao mundo do parto humanizado. Engravidei, perdi, lutei, engravidei novamente e desde então, nada mais fazia sentido para mim, a não ser parir a minha filha.
Pumba, a largada foi dada e sozinha, ou melhor, apenas eu e a minha filha – eu era rebelde demais para a família e extremista para o marido – demos início a busca por informação e a busca da minha equipe humanizada: médica, obstetriz, doula e pediatra.
Sabia que queria trazê-la ao mundo assim, mesmo com tantas críticas, terrorismo e olhares de estranheza. Escutava que “eu não era índia”, então porque não poderia escolher o conforto de uma cirurgia marcada, sem dor, ou a economia de um plantonista de hospital? Porque tanto extremismo? Vou te dizer por quê:
– Em primeiro lugar fui me informar e descobri que nem tudo o que dizem, são hoje motivos para uma cirurgia. Por vezes são motivos de conveniência, a final, quem quer ficar sabe lá quantas horas esperando você dilatar? (e gritando de dor). E olha, 4 horas não dilata quase ninguém mesmo!
– Descobri que cordão umbilical não mata o bebê enforcado, o cordão não é uma forca fisiológica!
– Descobri que a gestação vai, tranquilamente até 42 semanas! E não 40.
– Descobri que placenta não fica velha. E que bebê pode nascer sem a bolsa estourar. A bolsa também pode estourar sem você entrar em trabalho de parto! Para isso existem alguns cuidados que a equipe humanizada tem e faz – e esses cuidados não são ir para a cesárea ok?
– Descobri que peso não atrapalha parto normal. Nem diabetes gestacional, nem problemas na tireoide, nem unha encravada!
– Descobri que a mulher não fica “toda rasgada” quando se prepara para o parto e nem precisa de um “corte pequeno para ajudar o bebê a nascer”.
– Durante o trabalho de parto, não é nada recomendável ficar presa em uma cama, imóvel, mas deve sim ficar livre e em movimento, de cócoras, ou em qualquer posição que desejar, e sem intervenções mal indicadas como episiotomia, fórceps e manobras mirabolantes para fazer o bebe nascer.
– Descobri que além de tudo o que não era necessário em mim, existiam procedimentos que minha filha não iria ser submetida e que para tal, eu precisava de um pediatra contratado. O sistema é duro de vencer!
* Combinei com o meu pediatra o aleitamento na primeira hora de vida.
* Negamos colírio (crede) – não tinha indicação para tal, e a vitamina K injetável, que foi substituída por gotinhas!
* Não fizemos a aspiração de vias aéreas, a passagem pelo canal de parto dá conta de expelir as secreções do bebê.
* Adiamos o corte do cordão umbilical, você sabia que 50% do aporte de ferro que o bebê necessita é transferido até o cordão parar de pulsar?
* Negamos o banho, assim minha filha teve a oportunidade de ficar 24hrs com o vérnix na pele, que é reabsorvido e hidrata, além de auxiliar na regulação da temperatura corporal.
* Negamos que ela ficasse uma eternidade no berçário e negamos qualquer tipo de alimentação artificial, porque sim, eles dão.
* Negamos as vacinas e escolhemos o melhor momento para dar, não na sua primeira hora de vida, após sair o conforto do útero e da segurança do corpo materno.
A Letícia nasceu na banheira, após um dia de bolsa rota, 6 horas de trabalho de parto (o meu foi rápido mesmo!), com dor (sim, dói muito) e eu gritei, gritei mesmo e foi ótimo ter tido a liberdade de gritar.
Ela veio diretamente para os meus braços e do pai. Veio para o meu peito e ficou quase 4 horas no meu colo, toda cheia de vérnix, sem choro, abrindo os olhos aos poucos, sabendo quem eu era, absolutamente confortável e segura.
Sou índia por ter escolhido tudo isso? Ok, traga-me um cocar lindo, laranja (minha cor favorita), que visto com o maior prazer! E, aliás, eu admiro as índias, elas têm um instinto que nós, mulheres modernas, lutamos para retomar! #ficaadica
Sempre sonhei com um parto normal, o mais natural possível, mas fui vencida pelo sintema!
Minha GO é nitidamente a favor das cesáreas, sempre diz o mesmo comentário ‘se o bebê está pronto não há porque esperar tanto para ele nascer!’
mas ela respeitou a minha decisão de querer o parto normal, estava disposta a me acompanhar nessa jornada de parir minha Elisa, a cesárea só seria opção se fosse risco para mim ou para ela, e mesmo assim queria entrar em trabalho de parto, para ter a certeza de que aquele foi o dia que ela escolheu para nascer.
Mas quando entramos na 37 semana, ela me diz que teria que viajar para uma festa de família no fim de semana que eu entrava na 39 semana, e que teria que me passar para outro colega dela, caso eu entrasse em trabalho de parto, e que ela ficaria muito mais tranquila (apesar de todos os meus exames e minha gravidez perfeita- só senti dor nas costas a partir do 8o. mês, antes disso, só sabia que estava grávida pela barriga!!) se ela fizesse minha cesárea dia 25/09, mas me deu 3 opções de médicos que poderiam me atender, não gostei de nenhum!!
Depois de muito chorar, conversar com o meu marido, minha mãe, minha psicologa, minha manicure, etc. decidimos aceitar a cesárea, mesmo com uma dor enooorme no coração.
Dia 25/09 às 8:00 estava marcada a minha cesárea, mas as 5:00h comecei a sentir as tão desejadas contrações!!
Fiz cesárea, mas me senti menos culpada, porque eu sei que aquele foi o dia que a Elisa escolheu para nascer!!
Hoje ela faz uma semana, estamos brigando na hora da amamentação (tenho muito leite- Graças a Deus- mas ela insiste em pegar só o biquinho do peito) mas muito feliz por ter a minha princesa comigo!!
Daniela,
eu sei, foi uma luta e uma triste descoberta – o processo da escolha do parto…
Sou a favor da livre escolha, mas desde que as mulheres sejam informadas de verdade!
Sobre a amamentação: é difícil mesmo! Se quiser, me mande um email ok?
Parabéns a você também!
Natália, parabéns pelo bebê, pelo parto, pelo belo relato.
Ainda não sou mãe, mas quando tenho um tempinho pesquiso e tento a cada
dia desmistificar o parto natural.
Isso porque a própria sociedade enfatiza sempre questões como dor e até o óbito do bebê por ter demorado em trabalho de parto.
Hoje é um verdadeiro desafio encontrar uma equipe médica que apoie a escolha por esse tipo de parto. Que bom que você conseguiu e que eles te apoiaram até o fim
Que Letícia cresça com muita saúde!!
Parabéns mais uma vez!
Parabéns, Natália!!!!!
Sou a mãe das gêmeas, que a Fer publicou relato aqui, também amiga da Bia!
Fiquei super feliz quando vi fotos pelo facebook da Natália Rea que vc tinha parido!
Sei bem como é duro enfrentar o sistema, e mais duro ainda enfrentar as pessoas próximas que nos acham malucas :/ Mas vale a pena demais, não é?!
Parabéns por todas as suas escolhas, e por compartilhar sua experiência com a gente… Aos poucos vamos transformando esse mundo!
Uma linda lua de leite pra vocês!
Muito amor e muita saúde!
Beijos
Mari
Parabéns pelo parto e pela luta, Natália!
Eu também pari de forma natural e na banheira, há 2 meses e meio, e foi a experiência mais sensacional e transformadora da minha vida!!!! Claro que doi, mas depois cessa tudo mesmo e fica só a satisfação de ter trazido minha filha pelas minhas próprias forças e estar ótima depois. E na verdade nem me lembro direito da dor, esse não é o foco do parto, é só uma parte dele.
Ter uma assistência humanizada no pré natal e no parto é muito bom!!
Excelente texto!
Não sou exatamente a favor do parto NATURAL mas sou muito a favor do parto NORMAL. Bela colocação em relação a nós mulheres modernas querermos retomar os instintos esquecidos… Sem dúvida alguma o melhor dia da minha vida, apesar de toda dor, foi o dia do parto normal da minha filha hoje com 3 anos.
Tive a sorte de poder contar com um bom plano de saúde, e uma ótima plantonista (meu parto foi muito rápido), mas é preciso esclarecer também que todas decisões mencionadas no texto (obstetra naturalista, pediatra a parte, doula, etc) tem um custo altíssimo, e poucas pessoas na prática podem pagar.
Fernanda…tudo bem?
Eu sou a Bia que a Natália mencionou no início do post…meu relato de parto natural e humanizado também está aqui no blog…foi um dos primeiros relatos de parto que a FER FLORET publicou…
Enfim…sobre o seu comentário em relação ao custo do parto humanizado e respeitoso, é bem importante deixar claro que há opções para partos humanizados no SUS em algumas localidades, como a CASA DE PARTO DE SAPOPEMBA, em SÃO PAULO, por exemplo, além de haver muitas ativistas e pessoas da área da saúde lutando por melhorias e acessibilidade, tanto para as usuárias do SUS, quanto para as usuárias de convênios (rede suplementar)…
Tem muitos projetos em andamento, audiências públicas acontecendo e mudanças efetivas começando a acontecer…
Para quem se interessa e busca informações sobre o parto humanizado e respeitoso junto a pessoas que fazem parte deste movimento, fica bem claro o quanto já avançamos e o quanto devemos avançar nos próximos anos em relação a este tema…por isso precisamos disseminar informações corretas e sempre embasadas sobre o assunto, como a Natália fez ao escrever este post!
🙂
Eu decidi exatamente o contrário! Rs depois de ver muitos bbs nascerem por parto natural e ficarem com alguma sequela motora o lesão cerebral por causa de falta de oxigenação (por mães q insistiram como vc) eu escolhi a cesária 🙂 Basta assistir ao “teleton” no SBT q vcs perceberão! Qto a amamentação minha filha fez agora 2 anos e ainda mama! Sou defensora da amamentação materna e das vacinas pagas (p/ quem tem condição, é obvio!). Mas acho q vc tem esse direito e eu dou total apoio! Muita saúde p/ vcs! Bjos.
Olá, Bella!
Cada um tem o direito de escolha, claro…mas é sempre importante esclarecer os mitos com informações embasadas cientificamente!
O problema que enfrentamos no país em relação aos chamados “partos normais” e consequências NÃO tem relação com o parto em si, mas sim com o tipo de assistência prestada…aqui no Brasil, o modelo de assistência ao parto adotado é INTERVENCIONISTA, e sendo assim, os partos chamados de “normais” são realizados com diversas INTERVENÇÕES, como o uso rotineiro do “sorinho na veia”(sorinho que contém ocitocina sintética para acelerar o parto e que triplica as dores, além de poder desencadear consequências no andamento do parto), a episiotomia (pique na vagina), uso constante da manobra de Kristeller, obrigatoriedade de parir deitada, impossibilidade de verticalizar para ajudar na “descida do bebê”, entre outros…
Sendo assim, na esmagadora maioria das vezes, as consequências ligadas ao parto estão relacionadas ao uso destas intervenções que citei acima…a cada vez que uma destas intervenções é utilizada sem que haja REAL NECESSIDADE para tal, a chance de haver alguma consequência é grande!
Por isso o movimento pela HUMANIZAÇÃO DO PARTO luta para que a tecnologia e as intervenções sejam utilizadas apenas nos casos de real necessidade, pois quando o parto de baixo risco acontece de forma natural, a chance de algo acontecer é mínima…
A tecnologia e as intervenções são ótimas para os casos de gestações de risco ou quando há necessidade de seu uso para um melhor desfecho, mas atualmente estas intervenções vêm sendo utilizadas de forma ROTINEIRA E PADRÃO em praticamente TODOS os partos “normais” realizados no país e devido a isso temos tido alguns desfechos infelizes…
O que precisa mudar é o modelo de assistência!
Os médicos precisam atualizar suas práticas de acordo com as mais recentes evidências científicas e recomendações da OMS (organização mundial de saúde)…
Em relação à cirurgia cesariana, também é importante esclarecer que embora ela pareça ser uma cirurgia mais “segura” que o parto, na realidade ela aumenta em 3,5% a chance de morte para a mãe e para o bebê quando comparada a um parto normal…
Aqui no Brasil há INÚMEROS registros de desfechos infelizes relacionados a esta cirurgia, desde bebês cortados pelo bisturi (o que acontece bastante), até aumento da taxa de infecção, hemorragias graves e também aumento da prematuridade e problemas respiratórios para os bebês…
é preciso que as informações corretas circulem para que as gestantes possam escolher com consciência, porque em geral as gestantes querem o caminho mais seguro, porém, a cirurgia cesariana passa longe de ser a forma mais segura de se receber um bebê…
Ela é uma cirurgia ótima, que salva vidas todos os dias, mas que foi criada para auxiliar em casos de gestação de risco ou de imprevistos graves durante o andamento do trabalho de parto…mas infelizmente no Brasil, ela vem sendo vendida como uma cirurgia “prática, rápida e indolor”, sem que as gestantes tenham real noção dos riscos aos quais se expõem e expõem seus bebês quando optam pela sua realização sem real necessidade…
Por favor, não veja meu comentário como uma crítica à sua escolha…mas eu precisa esclarecer alguns dos mitos que vc acabou propagando no seu cometário, para que outras leitoras do blog tenham a chance de receber informações embasadas!
😉
E só mais uma coisa: a Natália não “insistiu” em nada…ela simplesmente se preparou para receber a filhota dela da forma mais segura e natural, como a natureza vem fazendo há milhares e milhares de anos…
Ela tinha uma equipe excelente acompanhando sua escolha desde o pré-natal até a hora H e em nenhum momento expôs a filha dela a riscos desnecessários…muito pelo contrário, ela escolheu esta forma justamente por ser COMPROVADAMENTE a forma mais SEGURA! Se houvesse alguma complicação ou necessidade de intervenção ou até mesmo de uma cirurgia cesariana, a equipe estava pronta para agir…mas são raros os casos de complicação que realmente precisam desta cirurgia…e a filha da Natália nasceu naturalmente, sem complicação alguma, como cerca de 80% a 85% dos partos poderia acontecer…
A OMS (organização mundial de saúde) estima que apenas 10 a 15% dos partos necessitaria de um desfecho através de uma cirurgia cesariana…aqui no Brasil, infelizmente, na rede privada (convênios e particulares), 88% dos nascimentos acontecem através desta cirurgia…temos a taxa de cirurgias cesarianas mais alta do mundo, chegando a 52% somando a rede pública e a privada, ou seja, mais da metade dos partos realizados no Brasil são cirúrgicos!
🙁
A taxa de mortalidade continua aumentando devido a isso…a cirurgia tem muitos riscos e isso precisa ficar CLARO para toda a população…
Quando falamos de parto, sempre há riscos…vida e morte andam juntos o tempo todo…porém, há escolhas menos arriscadas e as pessoas pecisam ter acesso a este tipo de informações!
🙂
Buscar informações sobre o PARTO HUMANIZADO é o caminho para quem busca um nascimento mais seguro!
🙂
Meninas, grata pelas mensagens!
Fernanda, tens toda a razão! O custo ainda é alto.
Contudo temos opções como casas de parto e SUS.
Sim, hoje o SUS tem assistência humanizada e é de qualidade.
Muitas mulheres lutam para que a acessibilidade seja melhor (na assistência humanizada).. Vamos em frente, esse é um direito de todas as mulheres – o respeito as escolhas e atendimento respeitoso.
Beijo!
Parabéns pela sua coragem de enfrentar todas as críticas (como as que lemos até mesmo aqui nestes comentários) e fazer desde sempre o que acreditou ser melhor para você e para o seu bebê!
Não sou mãe, mas sou tia dedicada! Pude acompanhar uma história feliz de parto humanizado, desde então pesquiso mais sobre o assunto e fico impressionada com a quantidade de “certezas não tão certas” espalhadas por aí.
Acho que relatos como o seu são essencias para quebrar alguns mitos, obrigada por compartilhar!
Muita alegria para você nessa fase nova!
Nao sei se eu choro ou se sorrio para a inocência de quem acredita piamente que parto natural é coisa de índia e cesariana sao cirurgias sem risco.
Esse parto normal “exótico” é o que se faz de praxe na Alemanha e foi como eu tive o meu filho (e foi lindo, ótimo, fácil e rápido :D). Vai ver a Alemanha é habitada (ou teria sido colonizada) por índios e eu nao sabia mesmo morando aqui a 10 anos….
O custo de um parto com equipe humanizada no Brasil pode ser realmente alto, mas nao vejo melhor investimento pro dinheiro que uma crianca bem-nascida e uma mulher bem-parida. Falando francamente,a gente gasta tanto em festa de casamento, em festinha de crianca, tudo porque é um dia especial. Quer dia mais especial que o dia que um bebe nasce, o dia que se (re)conhece um filho?
Ia escrever mais um monte, mas as meninas já falaram tudo. Atendimento humanizado é tudo de bom, recomendo mesmo pras que fizerem questao de ter uma cesariana. Ser respeitada e acolhida e evitar a tortura de um filho (os tais “procedimentos”) nao tem preco. Esse dia nao volta!
Nossa amei o depoimento! E vou te falar decidir sozinha é bem mais difícil mesmo!!! E depois de tudo qual foi a reação da sua família? O meu marido super apoia minha decisão (estou com 24 semanas de um menino) e meus pais tbm apoiam. E estou tendenciosa ao PD. Pesquisei bastante a equipe que me acompanha. Contratei doula, GO humanizada e uma EO super competente e elas formam um equipe maravilhosa. Agora estou bem confiante e sigo lendo bastante e indo nas palestras para me informar cada vez mais. E sim, nós fazemos a diferença!!!!
Olá meninas!! Antes de mais nada, quero parabenizar vc Natalia, não simplesmente pelo tipo de parto que escolheu, mas por sua escolha de fazer o melhor para o seu bebê. Vi que esse assunto criou polêmica por aqui (vide a msg gigante que a Bia deixou!). Então, tb queria fazer um comentário a respeito. Sou pediatra, e amo minha profissão! Adoro qdo vejo uma mãe que não mede esforços pra fazer o melhor para o filho! Pra começar: a situaçao da saúde no Brasil é caótica!! Vcs estão em SP, onde há, em alguns lugares, um serviço humanizado de qualidade, mas essa não é a realidade de tds os lugares. Segundo: apesar das barbaridades que a gente vê alguns médicos fazendo por aí (COMO EM TODAS AS PROFISSÕES!!!!), eles não respondem por toda a classe. É verdade que o numero de cesarianas é mt maior no BR do que gostaríamos, mas há outras coisas que precisamos considerar: a mixaria que o planos de saúde pagam a equipe médica pra acompanhar um trabalho de parto, a falta de maternidades de qualidade que possam absorver as gestantes (ao contrario do que acontece fora daqui, na Europa, nos EUA…), etc. Por esses e outros motivos está cada vez mais dificil achar um obstetra pelos planos de saúde (como é o meu caso – minha obstetra e todo pré-natal não estão sendo pagos pelo plano de saúde que pago td mês). Dito isso, quero dizer a vcs que, na minha humilde opinião, tipo de parto NÃO É UMA DECISÃO EXCLUSIVAMENTE DA MÃE, até pq ela não vai parir sozinha. É uma decisão em equipe – junto com seu médico COMPETENTE E DE CONFIANÇA. Nunca, em toda minha vida como profissional, vi um médico cortar a cabeça ou qlq outra parte de um bebê com bisturi durante uma cesariana ( e olha que já participei de milheres de partos – cirúgicos e humanizados! ), Nunca vi um bebê morrer por ser bem assistido no pós- parto, mas já vi o contrário mts vezes!! Já vi no SUS mts mulheres que não necessitavam de cirurgia insistindo pra fazer uma, reclamando pq o médico não fez, não indicou, e já vi mts mulheres “teimarem” por um parto natural (como o que vcs descreveram), sem condições clínicas e estruturais pra terem um e trazerem sofrimento aos seus bebês, que nasceram mal, foram mal asssitidos – td por que “eu idealizei, eu sonhei assim!!”. Então, pra resumir: se cerque de uma equipe de confiança, humana, e responsável; nenhum sonho de “como as coisas vão acontecer” pode superar a alegria de um bom desfecho – estou grávida, minha gravidez tem sido de vários riscos e de períodos de repouso absoluto, depois de já ter perdido uma gestaçao e passado por 2 cirurgias até chegar aqui (esmeraldite de médico!!) e posso dizer – meu único sonho é ter minha princesa bem e saudável nos meus braços, seja como for, sinta o que precisar sentir, e façam comigo o que PRECISAR fazer!! Mães pensam assim! O que é ótimo pra vc pode me matar, e vice versa. As coisas são bem mais complexas e bem menos absolutas que parecem…
bjs pra vcs e seus bebês!!!
Priscila, chorei…. Uma boa hora pra você!! (e concordo com tudo!)