Bésame mucho: como criar seus filhos com amor
Este é um dos posts que mais queria escrever aqui no blog! Poderia começar o post dizendo que me sinto uma pessoa melhor depois de ter lido o livro Bésame Mucho, do pediatra espanhol Dr. Carlos González. Ou minha melhor definição sobre a obra – é amor em formato de livro. Mas vamos começar do começo. Tudo começou quando escrevi minha opinião (favorável) sobre o livro “Crianças francesas não fazem manhã“. Recebi muitos comentários, muitos deles contrários ao livro das “Crianças Francesas” e indicando a “criação com apego” mencionado no livro do Dr. González, Bésame Mucho. Na hora eu pensei “Ai que saco, lógico que vou criar meu filho com muito amor e apego”. Na verdade, eu continuo gostando do livro “Crianças Francesas”, mas acho que porque consigo ter o discernimento de separar o que é válido na minha vida e na cultura em que estamos inseridos. Aprendi com o livro das “Crianças Francesas” a observar bastante o bebê durante o sono, por exemplo, e acho que consigo agora saber melhor quando ele tem fome, frio, fralda suja etc. Aprendi também e quero colocar em prática quando meu filho estiver maiorzinho a oferecer o mesmo cardápio para as crianças que nós adultos comemos – lógico sendo bom exemplo de boa alimentação e não oferecendo somente “comida de criança”.
Comecei a ler o livro do Dr. González mais por curiosidade e interesse por conta do blog, afinal tinha recebido opinião de leitoras e precisava me informar. Sempre fui daquelas que acredita que o segredo é balancear tudo em termos de opinião, não ser muito radical. Logo no começo do livro (página 16) ele escreveu: “Muita gente se sente atraída por essas posições indefinidas, (…) pois está muito difundida em nossa sociedade a ideia de que os extremos são ruins e a virtude está no meio. Mas não é assim, pelo menos não em todos os casos. A virtude está, muitas vezes, em um extremo. Alguns exemplos com os quais quero acreditar que meus leitores estarão de acordo: a polícia jamais deve torturar um preso, o marido jamais deve bater em sua esposa. Você acha que esses “jamais” são extremistas demais? Será que eu deveria adotar uma postura intermediária, mais conciliadora e compreensiva, como torturar um pouquinho ou bater na mulher só quando ela tiver sido infiel? De jeito nenhum. Pois bem, da mesma maneira não estou disposto a aceitar que “um tapinha na hora certa” seja nada menos que maus tratos, nem conheço nenhum motivo pelo qual se deva dar atenção às crianças de dia, mas não de noite“. – Me conquistou na hora. Adoro quando me desafiam, quando me fazem mudar de opinião com argumentos inteligentes.
As páginas seguintes foram puro deleite, uma leitura gostosa, cheia de bons exemplos, muita irônia, risos e choros de emoção. Inúmeras vezes, lendo o livro, tive crises de riso e de choro a ponto do meu marido me olhar e falar “Vai, conta, o que foi agora no livro?“. E assim eu lia para ele o trecho do livro e começarmos a conversar sobre a melhor forma de educar o Nicolas. Foi maravilhoso. Aprendi de fato a levar a maternidade com mais leveza.
Sou grata à página 30 que fala sobre o fato de não precisarmos de manual de instruções para cuidar dos filhos. À página 63, em que ele fala sobre se você decidir não dar ao seu filho o que ele pede, que seja por um motivo racional (porque já tem muitos, ou porque é caro, ou porque faz mal), mas não simplesmente para “educá-lo a não ter as coisas sempre como ele quer. Não diga “não” ao seu filho só para aborrecê-lo. Uma criança pode estar pedindo presentes como uma prova de amor. Uma prova de amor equivocada, já que o verdadeiro amor se demonstra com respeito, contato e compreensão, não com presentes e doces. É impossível educar mal uma criança por dar a ela muita atenção, carregá-la muito no colo, consolá-la muito quando chora ou brincar muito com ela. Na página 69 e 70, sobre o sono, chorei que nem uma boba e aprendi a lidar muito melhor com o sono do bebê (foi das coisas mais lindas e coerentes que já li). Página 86, sobre a importância de dar atenção. Na página 105, a frase mais linda “O amor de uma criança é puro, absoluto, desinteressado” (em resposta a todos que acham que a criança faz adulto de bobo querendo colo, querendo atenção. O bebê só quer amor.). Aprendi tanto sobre o sono do bebê, que não são robôs e sim apenas bebês, que me sinto leve e feliz por acordar de madrugada para dar de mamar (páginas 151-154 entre muitas outras). Página 166 é sensacional para entender o lado da criança “sem limites”.
Enfim, eu poderia citar diversas passagens do livro – mas o livro é tão brilhantemente escrito que fico até com vergonha de tentar fazer qualquer comentários. Os exemplos que citei acima foram apenas alguns do que encontrei sublinhados agora enquanto folhava o livro, mas há muitos outros. O que quero dizer de verdade é que o livro com certeza me fez ver a maternidade de forma mais leve. Tudo o que precisamos é de bom senso, nos colocar no lugar do bebê/ criança, dar muito amor. Parece óbvio dizer para criar os filhos com amor e apego, mas infelizmente não é – lendo o livro você vai entender vários exemplos.
Por fim, no último capítulo, quando ele fala sobre a lembrança de felicidade que ele tem da época em que era criança, ele menciona uma música que a mãe dele cantava para ele – por acaso a mesma que eu canto para Nicolas dormir – chorei de emoção por uns 3 dias na certeza de que estou fazendo meu melhor para meu filho. Não pela música ser a mesma, mas por fazer com amor.
O livro foi lançado no Brasil neste ano de 2015 por uma ativista da amamentação e criação com apego. Este post não é publicidade, não estou ganhando nem um centavo pela divulgação do livro – paguei com meu dinheiro pelo meu exemplar e por mais outros dois que já comprei para presentear amigas. O livro somente é vendido online no site da editora. Compre o seu e depois me conte se não é verdade que se todas as pessoas tivessem a oportunidade de ler o livro, o mundo seria muito melhor e mais leve.
Editora Timo: www.editoratimo.com.br
Comecei o livro semana passada, também estou achando ótimo. Como vc disse precisamos ter bom senso, nem posso me torturar por trabalhar e não passar o dia com meu filho e nem posso dar ouvidos p/ quem acha um absurdo ele ir p/ minha cama e ainda acordar p/ mamar com 1 ano. Já não gostava de discursar sobre o assunto, agora minha única resposta p/ quem der opinião pode ser: leia besame mucho.
Oi Fer!
Que lindo o seu texto, palavras carregadas de emoção.
Um livro que também discorre sobre a criação com apego é “A maternidade e o encontro com a própria sombra”, estou lendo e adorando!
Você leu o livro sobre amamentação do Dr. González?
Bjss e parabéns pelo bebê mais “gostozento” da internet!
Estou ansiosa para o meu livro chegar!
Oi Fernanda!
Eu fui uma das que comentei sobre esse livro no post das crianças francesas e o fiz somente porque gosto muito do seu blog e achei que você teria a mente aberta. Fico muito feliz por ter tido a impressão certa. Esse é o tipo de livro que só lendo pra entender. Ele realmente me emocionou demais e até hoje fico com os olhos cheio de água quando lembro da história pessoal dele no final. Além disso, ler o depoimento dele me fez lembrar da sensação que eu tinha quando ia pra cama dos meus pais após um pesadelo. Não tem como negar isso a um filho. Não existe nada mais poderoso que o amor e afeto, demonstrado, dos nossos pais. Parbéns, amei seu post. Bjs
Oi Fernanda!
Indica o livro pra quem é mãe de criança com mais de 1 ano ?
Oi Laura, sim super indico. A parte do sono do bebê não vai te interessar tanto, mas tem a parte das birras, que acredito que está por vir para você, rs! O livro é maravilhoso como um todo, você vai aproveitar muito.
Obrigada por esse texto, estou gravida de 34 semanas e tenho 25 anos, me sinto um pouco desesperada.
Vou comprar o livro pq me identifiquei, suas palavras me deixaram mais tranquila.
Ô Fernanda, tão bonito esse seu depoimento… Pq é feito com emoção e isenção, né, com reconhecimento das boas práticas, sem ditar regras, apenas expondo… AMOR!
Eu sou suspeitíssima pra falar, pq realmente AMO a mensagem do “Bésame mucho” e, mesmo depois das inúmeras releituras que faço, SEMPRE me emociono, sempre, sempre!
E é tãooo bacana ver uma pessoa equilibrada e centrada como vc, REVENDO alguns conceitos, apontando os acertos, com sensibilidade, com emoção, sem medo de ser feliz!!!
MUITO BACANA, viu?!
E eu tb (re)leio pro marido aqui!!! E também vejo acertos no livro das crianças francesas, menos (rsrs), mas vejo sim! kkkkkkk
Bom, querida, sucesso no blog, na criação do seu bebê (que privilégio os pais que ele tem!), vamos nos falando, ok?
<3
Acho que vc descreveu maravilhosamente o livro! Ele deixar a gente mais leve… E isso é incrivelmente libertador e emocionante!
Eu quero, como faço pra adquirir o livro?
Onde vcs encontram o livro para vender? Ele é em português?
Oi Fabíola, sim é em português e vende SOMENTE no site da editora: http://www.editoratimo.com.br