Quando tirar a chupeta da criança | Experiência Real

Cada família tem suas escolhas em relação ao uso da chupeta e mais do que isso, os bebês não são iguais – tem bebê que nunca pegou chupeta por vontade do bebê, tem bebê com menos necessidade de sucção, e tem bebê que fica mais tranquilo com chupeta.  Existem estudos que comprovam que o uso de chupeta reduz o risco de morte súbita em recém-nascidos. A verdade, para mim, é que a chupeta é um calmante! Eu nunca fui radicalmente contra, procurei sempre usar com moderação. Meu filho Nicolas só pegou a chupeta depois de 4 meses, antes ele chupava tão forte que ela caia e ele não conseguia pegá-la, obviamente – e eu não insistia muito. Depois passei a oferecer nas situações em que ficava muito irritado ou com sono – eu nunca achei bonito bebê com chupeta na boca o tempo todo, então evitava o máximo. Depois de 1 ano ele começou a querer usar ainda mais. E nesta época eu não fazia ideia de como tirar a chupeta. Posso ser sincera? Talvez a necessidade de chupeta seja maior para os pais do que para os filhos, porque é tão “zona de conforto” para gente oferecer a chupeta para eles se acalmarem que vamos deixando. Confesso que comigo foi assim. Toda vez que ele estava cansado, irritado ou na hora de dormir, a gente oferecia a chupeta. Depois dos 2 anos eu sabia que não era bom continuar o uso da chupeta e fui procurar embasamento com profissionais. Aqui em casa a gente tinha a situação de eu estar grávida do segundo filho e do Nicolas estar em pleno desenvolvimento de linguagem.

 Segundo o pediatra, o lado EMOCIONAL: depois que meu segundo filho nascer, o Nicolas tenderá a ficar mais carente e não é recomendado tirar a chupeta num momento de instabilidade emocional. Então ou eu tiraria radicalmente alguns meses antes do bebê chegar, para ele já esquecer a chupeta até o bebê nascer, ou seria muito difícil eu tirar durante o primeiro ano do bebê, e ele ficaria sendo uma crianças com mais de 3 anos e ainda de chupeta (o que não quero pelos pontos a seguir).

 Segundo a fonoaudióloga, o lado da PRODUÇÃO DE FONEMAS E RESPIRAÇÃO: Nicolas faz fonoaudiologia 2X por semana e segundo a fono Debora Granha, a chupeta faz ter um predomínio da respiração oral, o que faz com que mude a cavidade oral – o palato fica mais arcado, prejudicando a pronúncia dos fonemas. Para cada fonema temos ponto e modo de articulação (colocar a ponta da língua em determinado lugar para produzir um som), e com o uso da chupeta e a cavidade alterada, a criança perde um pouco da a dimensão e sensibilidade dentro da boca em relação aos pontos da língua. A chupeta diminui também a força da língua, a musculatura tente a ficar mais flácida. Por isso algumas crianças falam com chiado na lateral da boca ou projeção da língua. Sobre a respiração – começa a dormir de boca aberta, a respirar pela boca, o sistema respiratório começa a entender que o ar também pode entrar pela boca, enquanto o ideal é usar somente a via nasal.

 Segundo a ortodentista, o lado da CONFIGURAÇÃO DA ARCADA DENTÁRIA:
do ponto de vista da odontopediatria, segundo a clínica Oral Beauty, caso a criança tenha alguma alteração na arcada decorrente do uso da chupeta (a alteração mais comum é a mordida aberta anterior, quando os dentes não encostam na frente), sabemos que quando conseguimos tirar até por volta de 3 anos ou antes, a chance de remodelação e correção do formato da arcada é muito maior do que se tiver depois dessa idade que a criança já terá todos os dentes de leite erupcionados na boca. Além disso, quando a criança usa a chupeta por mais tempo, ou até mais importante que isso, por uma frequência diária muito alta, muitas vezes ao dia, ela tende a mudar a posição correta da língua. A chupeta ocupa o lugar que deveria estar a língua (apoiada no céu da boca) durante a deglutição e alguns fonemas, como consequência a criança pode começar a falar errado, engolir errado. Por isso ela deve ser usada pelo mínimo de tempo possível (só quando a criança vai dormir, ou seja, só quando vai deitar no berço ou cama, não vale usar desde que já começa a ficar com sono pq às vezes isso aumenta em muitas horas o uso diário) e ser removida até os 2, 3 anos no máximo.

Por tudo isso, eu sabia que não poderia mais postergar a fase de tirar a chupeta do Nicolas. Quando a gente tem certeza das nossas escolhas, do momento certo e com embasamento profissional, a gente tem tranquilidade no coração para tudo dar certo! No próximo post eu conto como foi retirar a chupeta do Nicolas.

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