Transtornos Alimentares: como manter uma alimentação equilibrada em um mundo desequilibrado?! Parte 2

Por: Natalia Vignoli

No post passado ficamos com a reflexão de como é o comportamento das nossas crianças e o nosso frente à alimentação!

Quando pensamos em alimentação saudável só levamos em consideração “calorias”, nutrientes, fibras, vitaminas e minerais. E o ato social da alimentação? Lembra-se do bebe que é amamentado para, além de nutrir, formar o vínculo, liberar hormônios e sentir-se seguro? Pois bem, comer alimenta o corpo e a alma (e convenhamos, alface não alimenta a alma de ninguém!).

Cada vez recebemos crianças mais novas em nossos consultórios mais preocupadas com calorias e barriga “negativa” do que com brincadeiras, amigas e diversão de criança. Eu acho inadmissível saber contar calorias ou ir à academia, andar na esteira, em plena infância, enquanto deveria ser estimulada e estar em atividades lúdicas, como jogos de bola, esportes e todas as opções que, além de mexer o corpo, trabalham com a socialização.

Devemos ter muito cuidado na maneira pela qual inserimos o conceito de alimentação saudável. Da mesma maneira, o nosso comportamento também deve ser cuidado. Presenciar a mãe em regimes constantes, reclamando do seu corpo e comentando sobre o corpo de outras mulheres (de maneira crítica), recusando constantemente alimentos “perigosos” ou comendo-os em demasia e culpando-se depois, não vai criar uma imagem muito confortante da alimentação e do corpo.

As famílias que valorizam a imagem e mantêm um culto desenfreado ao corpo podem passar a mensagem de que a valorização acontece apenas pelo exterior, pela imagem e não pelo o que se é, pelas qualidades, aptidões e amor à vida.

Como então saber qual o limiar entre o saudável e o exagero?

Uma maneira de isso ficar mais claro é pensar o seguinte: é saudável tomar refrigerante todos os dias? É saudável comer fruta e salada em festas infantis? É saudável comer salgadinho no lugar de arroz, feijão, legumes e carne? E é saudável levar marmita para festas?

Pois bem, o saudável tem tudo a ver com o contexto! Não dá para tomar refrigerante todos os dias, tão pouco comer salgadinho no lugar de comida! Da mesma maneira, festa de criança tem comida de festa de criança, e é saudável comer e aproveitar as delícias da festa!

Fim de semana, na casa da avó, tem bolo, pudim e todas as delícias que as avós têm o super poder de fazer! E isso tem que fazer parte da vida da criança! Assim como servir o brócolis de diversas maneiras e diversas vezes (sem brigas) para que a criança experimente o alimento e saiba da sua importância, também tem que existir!

Como então podemos agir de maneira equilibrada no dia a dia? Quais atitudes, simples, podemos adotar para criar nossos filhos sem medo de comer e comendo de tudo? No próximo post!

Colunista_Natalia

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