Fase da Angústia da Separação
A história foi assim: até antes de 7 meses, Nicolas era super tranquilo e ia no colo de qualquer pessoa. Depois dos 7 meses, passou a ficar mais grudado nas pessoas que ele convive diariamente, como eu, o pai e as duas funcionárias de casa. Não vai no colo nem de pessoas que vê com certa frequência, como a avó e as tias. Se saio do radar de visão dele ou se preciso me ausentar de casa, ele chora como se eu estive o abandonando.
Quando isso começou a acontecer, com 7 meses, pesquisei sobre o assunto e descobri que o comportamento tem nome: a fase da angústia da separação. Depois dos 6 meses o bebê já começa a perceber que é um ser separado da mãe, mas tem vínculo muito forte e ainda não entende a noção de tempo, não entende que você sai, mas volta. Então qualquer saída da mãe pode gerar muito medo, insegurança e ansiedade no bebê e ele chora. No meu caso talvez o cenário da rotina diária ainda favoreça essas crises porque eu trabalho em casa, ou seja, ficamos muito grudados o dia todo, mas ao mesmo tempo saio bastante também para reuniões externas, sendo cada dia uma rotina diferente.
A verdade é que até hoje, Nicolas com 1 ano e 5 meses, ele ainda tem a angústia da separação. Considero que eu errei em dois episódios, por volta dos 8 meses, que contribuíram para gerar esse comportamento:
1) Numa noite teria assembléia de condomínio no meu prédio para sorteio das vagas da garagem, era muito importante eu e o Mauro estarmos lá na hora do sorteio para escolhermos nossas vagas. Chamei minha irmã para ficar com o Nicolas no apartamento, enquanto eu e Mauro estaríamos no sorteio. Nicolas não queria desgrudar de mim de jeito nenhum, daí tive a ideia de fazer uma mamadeira para ele, começar a oferecer e depois de fininho eu passaria a mamadeira para minha irmã e sairia. Foi uma péssima ideia, ele percebeu e ficou mais bravo ainda. E eu tive que sair correndo porque iria perder o sorteio. Nesta noite eu trai a confiança dele e o deixei inseguro, foi péssimo.
2) Num outro dia, a professora de música do Nicolas estava dando aula para ele e outras crianças na minha sala. Naquele dia eu precisava sair no meio da aula para uma reunião de trabalho, ou seja, participei do começo da aula e depois a babá continuaria com ele. Como eu iria sair no meio da aula, eu não queria tumultuar e perturbar a aula e saí de fininho, escondida, pela porta da cozinha ao invés da porta da sala. Não falei tchau. Ele ficou o resto do dia me procurando, até eu voltar.
Aprendi uma lição importante: sempre se despedir do bebê. Sempre ser verdadeira e comunicar que vai sair, mas vai voltar. Criar a rotina de se despedir de forma leve, sair e quando voltar dizer algo como “eu te disse que eu voltaria” ajuda o bebê a construir confiança e se sentir seguro. Eu traí a confiança do Nicolas em dois episódios que ficaram marcados para mim, imagina então para ele! E talvez por isso ele tenha ficado ainda mais grudado em mim, por falta de confiança.
Pesquisando sobre o tema, aprendi que:
– Um objeto de apego pode ajudar. Por exemplo, sempre que for sair, deixar uma naninha ou um bichinho com o bebê. Comigo não funcionou, Nicolas nunca escolheu nenhum objeto de apego. Mas pode funcionar com você.
– Sempre que for sair do bebê, se despedir e sair. Não ficar fazendo drama, enrolando, pegando no colo mais um pouco, chorar se ele chorar, porque só piora. É importante passar confiança para o bebê dizendo que vai voltar.
– Ter paciência, porque esse é um comportamento natural dos bebês. Vai passar. Para alguns bebês essa fase passa rápido, para outros demora, outros nem têm.
A boa notícia é que bem nesta semana em que resolvi escrever este post, parece que a fase da angústia da separação está acabando! Talvez seja resultado dele ter começado a ir para escola e estar se habituando a conviver melhor sem a presença dos pais ou pode ser pelo amadurecimento dele, não sei, mas estou feliz que ele brincou esta semana com a avó, a tia, a fonoaudióloga sem eu, nem pai, nem babá precisarmos estar junto.
Fer,realmentr o ideal e sempre avisar q vai sair e, agora q minha filha esta c 4, eu aviso mil vezes e explico direitinho tudo pra ela. Minha filha e grude total e acho q tb tem mt a ver c temperamento. Nao se culpe
Comigo passou a sensação de tristeza quando tive que voltar ao trabalho depois da licença maternidade, ao final creio que eu senti mais que ele, porque como minha mãe estava sempre com ele, vi que ele não estranhou muito, apesar da minha pequena tristeza me senti melhor sabendo que ele estava bem 🙂