Obesidade infantil | uma importante aula sobre a saúde do seu filho

A redação do blog teve acesso, com exclusividade, a uma esclarecedora palestra sobre obesidade infantil, concedida pelo pediatria e presidente da Academia Brasileira de Pediatria, Dr. José Martins Filho. Dono de uma carreira de mais de quarenta anos, com foco especial em recém-nascidos e nutrição infantil -, ele falou sobre o assunto no vídeo gravado para o 1o Congresso Nacional Online de Prevenção e Combate à Obesidade Infantil. O evento, que acontece entre 28 de abril e 4 de maio, transmitirá via site 21 palestras pré-gravadas (com pediatras, nutricionistas, educadores físicos, psicólogos), entre elas a do dr. José Martins. O acesso aos conteúdos será gratuito para inscritos, confira detalhes no site www.conapcoi.com.br.

Durante muito tempo, existiu a visão equivocada de que bebê saudável era bebê gordo. Isto é na verdade um problema que, além de trazer dificuldades na infância, repercute pelo resto da existência. Estáticas mostram que bebês e crianças (com menos de cinco anos) gordos, obesos ou acima da media têm grandes chances de se tornarem adultos obesos. Daí, vem os problemas sérios relacionados ao excesso de peso, como pressão arterial elevada, problemas de colesterol, metabólicos, nutricionais, diabetes, risco de doenças como enfarto do miocárdio, acidente vascular”, conta o médico.

PRIMEIROS MIL DIAS
O termo “primeiros mil dias” envolve uma discussão atual da medicina, que estuda a relevância e a influência de fatos ocorridos durante o período, no restante da vida da pessoa. A soma vai do início da gravidez até os dois anos da criança. “Nessa época, acontece grande divisão celular, sobretudo cerebral. Há expressiva formação de neurônios, de sinapses – há o desenvolvimento do cérebro. É uma fase muito cuidadosa e a criança não pode ser desnutrida e nem obesa. As que têm traumas nessa fase podem ter lesões cerebrais e apresentar sérios problemas no futuro”, conta o dr. José Martins.

Gravidez: Pra evitar que a formação metabólica do bebê seja marcada por características associadas ao desenvolvimento da obesidade, as mães devem seguir uma dieta balanceada. Segundo o médico, o peso ganho nos nove meses deve ficar entre 9 e 12 quilos. “O que a mãe consome durante a gestação influencia os gostos do bebê. Os sabores marcam o cérebro dele, assim como a alimentação errada nos primeiros anos”, conta.

Após o nascimento: O pediatra deve checar constantemente o índice de massa corporal (relação peso X estatura) para saber se o pequeno está dentro do esperado. Até o 6o mês, as consultas devem ser mensais, depois, no máximo a cada dois meses. A partir do 1o ano de idade até os dois anos, podem ter um intervalo de 3/4 meses. “Pra criança comer frutas e legumes, os pais devem introduzir o hábito a partir dos seis meses. Se possível, as papinhas não devem conter sal”, aconselha o médico.

Por que as crianças ficam obesas?
“O fator genético e hereditário é raro, a causa mais comum vem dos hábitos. Entre os fatores, está o desmame precoce, o uso de formas lácteas mal preparadas (mamadeiras com excesso de carboidratos, muito concentrada), a introdução precoce de alimentos (bolachas, doces, iogurtes, pão em exagero) – isso leva a criança a se habituar a gostar desse tipo de alimentos.”, conta o médico. E continua: “Outro problema muito serio é a questão da falta de exercício.

Equação para o equilíbrio: quantidade menor de comida + gasto de energia !

Hábitos alimentares e cultura
O bebê que tem pai e mãe obesos tem grandes chances de seguir o mesmo caminho. Para reverter ou prevenir o quadro, a família toda tem que entrar na dieta, do contrário, fica tudo mais difícil. “A dieta oferecida aos filhos está sempre associada a cultura alimentar e ao hábito familiar. As crianças muitas vezes são alimentadas com sanduíches de presunto com queijo amarelo, mamadeira até 5, 6 anos de idade, comem coisas muito doces, enchem a barriga com queijos, iogurtes. E ainda comem em horas errada.”, revela o médico. E adverte: “Educar dá trabalho. Se você não esta tendo trabalho, então você não está educando. É preciso sentar com o seu filho, acompanhar a alimentação”.

“Tratar a obesidade infantil não é uma questão de vaidade, mas, sobretudo, de saúde. Os danos para as crianças são físicos e emocionais.”

Na palestra, o profissional desdobra estes e outros temas, como a importância do aleitamento materno no desenvolvimento do bebê. Confira o conteúdo na íntegra durante o congressos, no site www.conapcoi.com.br

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